TEMA 3: Quem, como, quando e onde

O Batismo associa a
si aspetos que devem ser tidos em conta, na preparação, na celebração e até
depois da celebração. Quem, como, quando e onde — são questões que sintetizam
alguns desses pontos. [Para ajudar a compreender melhor, ler: Atos dos
Apóstolos 2, 14-41; Catecismo da Igreja Católica, números 1229 a 1233 e 1246 a
1261]
«Peça cada um o
batismo»
— responde Pedro à
pergunta feita pelos que ouviram o seu discurso após a ressurreição de Jesus
Cristo, de acordo com o livro dos Atos dos Apóstolos. Ninguém fica
indiferente diante da revelação de Cristo ressuscitado. E os que
escutam fazem a pergunta que será usada pelos catecúmenos durante o rito
de admissão ao batismo: «Que devemos fazer?». Pedro apresenta-lhes um programa
de conversão que encaminha para a celebração do batismo e a inserção na
comunidade dos cristãos.
Quem pode ser batizado?
«Todo o ser humano
ainda não batizado — e só ele — é capaz de receber o Batismo» (Catecismo
da Igreja Católica [CIC], 1246). Para concretizar esta afirmação, a Igreja
prevê três possibilidades, de acordo com a idade: crianças (nos primeiros anos
de vida); crianças e adolescentes em idade de catequese; jovens e adultos. «A
única predisposição para o Batismo é a fé» (Catecismo Jovem da Igreja Católica
[YOUCAT], 196). Aos jovens e adultos é proposto um itinerário («catecumenado») com etapas celebrativas ao longo do
percurso, conforme o Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos(RICA). Este
ritual também possui o capítulo próprio para as crianças em idade de catequese
(Ritual da Iniciação Cristã das Crianças em idade de catequese): «Este rito
destina-se às crianças que, não tendo sido batizadas na infância e tendo
atingido a idade da discrição e da catequese, se apresentam para receber a
iniciação cristã […]. A iniciação deve prolongar-se, se for necessário,
por vários anos» (RICA. Preliminares, 306-307). Para as crianças «que, por não
terem chegado ainda à idade do uso da razão, não podem professar fé própria»
existe um ritual próprio (Ritual do Batismo das Crianças. Preliminares, 1). A
celebração do batismo das crianças «pressupõe que os pais cristãos introduzam o
batizando na fé» (YOUCAT 197). Além disso, «o Batismo das crianças exige um
catecumenado pós-batismal. […] É o espaço próprio da catequese» (CIC 1231). Em
todos os casos, é essa a missão dos padrinhos: «devem ser pessoas de fé sólida,
capazes e preparados para ajudar o novo batizado, criança ou adulto, no seu
caminho de vida cristã» (CIC 1255).
Quem pode batizar?
«Quem preside
normalmente a uma celebração batismal é o bispo, um presbítero ou um
diácono. Em caso de emergência, qualquer cristão, ou mesmo qualquer pessoa,
pode batizar, derramando água sobre a cabeça do batizando e dizendo a fórmula
batismal: ‘Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’. O
Batismo é tão importante, que até uma pessoa que não é cristã pode ser o seu
ministro. Ela apenas tem de ter a intenção de fazer o que a Igreja faz quando
batiza» (YOUCAT 198).
Como é celebrado o batismo?
Há a fórmula breve,
usada em caso de «emergência», perigo de morte. De facto, «o rito essencial do
Batismo consiste em mergulhar na água o candidato ou em derramar água sobre a
sua cabeça, invocando o nome da Santíssima Trindade» (CIC 1278). Mas há outros
elementos simbólicos usados na celebração solene do Batismo. Vamos
apresentá-los no próximo tema.
Quando se pode batizar?
Já sabemos que a
Igreja prevê a possibilidade de celebrar o batismo em qualquer etapa da vida,
atendendo à especificidade de cada pessoa. Agora, apresentamos dois pontos
importantes retirados do Ritual da Celebração do Batismo das Crianças
(Preliminares, 8-9): «deve fazer-se dentro das primeiras semanas após o
nascimento da criança»; «recomenda-se que o sacramento seja celebrado na Vigília
Pascal ou ao domingo».
Onde se pode batizar?
Sem excluir outras
possibilidades, o lugar mais apropriado para a celebração do Sacramento do
Batismo é a igreja paroquial (onde residem os pais): «para se ver mais
claramente que o Batismo é o sacramento da fé da Igreja e da agregação ao povo
de Deus, celebrar-se-á habitualmente na igreja paroquial» (Ritual da
Celebração do Batismo das Crianças. Preliminares, 10).
«O Batismo insere na
comunhão com Cristo e assim dá vida. […] O Batismo é um dom; o dom da vida. Mas
um dom deve ser acolhido, deve ser vivido. Um dom de amizade exige um ‘sim’.
[…] É o nosso ‘sim’ a Cristo, o ‘sim’ à vida no tempo e na eternidade» (Bento
XVI, Homilia a 8 de janeiro de 2006).