Os sinais e símbolos ocupam um lugar importante no contexto
da vida humana; o mesmo acontece no contexto litúrgico. Por isso, dedicamos
este tema à explicação dos sinais e símbolos associados ao Sacramento da Ordem.
[Para ajudar a compreender melhor, ler: 2 Timóteo 1, 6-11; Catecismo da Igreja
Católica (CIC), números 1581 a 1600]
«Reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela
imposição das minhas mãos»
— escreve Paulo na Segunda Carta a Timóteo. «A recomendação
principal é a de reacender a sua missão, designada como um dom (carisma),
concedido pela imposição das mãos. Possivelmente, não estamos ainda perante um
rito de ordenação ministerial, mas não se deixa de acentuar o papel de Paulo na
missão de Timóteo» (Bíblia Sagrada, Nota ao texto da Segunda Carta a Timóteo
[capítulo 1, versículo 6], Difusora Bíblica, 1960).
Imposição das mãos e
oração consecratória
A imposição das mãos (cf. tema 15) é um dos gestos mais
significativos, está presente em todos os sacramentos, «e, sobretudo, na
ordenação de diáconos, presbíteros e bispos, em que o gesto é precisamente o
sinal central, juntamente com as palavras do bispo» (José Aldazábal,
«Dicionário Elementar de Liturgia», ed. Paulinas, Prior Velho, 2007, 141). Além
dos sinais e símbolos próprios de cada um dos «graus», «o sacramento da Ordem é
conferido pela imposição das mãos, seguida duma solene oração consecratória,
que pede a Deus para o ordinando as graças do Espírito Santo, requeridas para o
seu ministério. A ordenação imprime um caráter sacramental indelével» (CIC
1597). O mesmo referem os Preliminares Gerais do Ritual da Ordenação do Bispo,
dos Presbíteros e dos Diáconos: «A imposição das mãos e a Oração de Ordenação
são o elemento essencial de qualquer Ordenação. Nele, a própria oração de
bênção e de invocação determina a significação da imposição das mãos. Dado que
estes ritos constituem o centro da Ordenação, devem ser inculcados pela
formação catequética e realçados pela própria celebração» (número 7).
Sinais e símbolos
próprios da ordenação do Bispo
«Pela imposição do livro dos Evangelhos sobre a cabeça do
ordinando, enquanto é proferida a Oração de Ordenação, e bem assim pela sua
entrega nas mãos do Ordenado, manifesta-se que o principal ministério do Bispo
é a pregação fiel da palavra de Deus; pela unção da cabeça é significada a
participação peculiar do Bispo no sacerdócio de Cristo; pela entrega do anel,
indica-se a fidelidade do Bispo para com a Igreja, esposa de Deus, pela
imposição da mitra, a incessante procura da santidade e pela entrega do báculo
pastoral, o múnus de governar a Igreja que lhe é confiada. Pelo ósculo da paz,
que o Ordenado recebe de todos os Bispos, como que se põe a marca da sua
aceitação no Colégio dos Bispos» (Preliminares…, 26).
Sinais e símbolos
próprios da ordenação do Presbítero
«A seguir à Oração de Ordenação, os Ordenados são revestidos
com a estola presbiteral e a casula, pelas quais é manifestado exteriormente o
ministério que a partir de agora realizam na liturgia. Este ministério é ainda
mais explicitado por outros sinais: pela unção das mãos, significa-se a
participação peculiar dos presbíteros no sacerdócio de Cristo; pela entrega do
pão e do vinho nas suas mãos, indica-se o múnus de presidirem à celebração da
Eucaristia e de seguirem a Cristo crucificado. Pelo ósculo da paz, o Bispo como
que põe a marca da aceitação dos seus novos cooperadores no respetivo
ministério, e os presbíteros saúdam os Ordenados em sinal do ministério comum
na sua Ordem» (Preliminares…, 113).
Sinais e símbolos
próprios da ordenação do Diácono
«A seguir à oração de Ordenação, os Ordenados são revestidos
com a estola diaconal e a dalmática, pelas quais é manifestado exteriormente o
ministério que a partir de agora realizam na liturgia. Pela entrega do livro
dos Evangelhos, indica-se a função de proclamarem o Evangelho nas celebrações
litúrgicas e de pregarem a fé da Igreja por palavras e obras. Pelo ósculo da
paz, o Bispo como que põe a marca da aceitação dos diáconos no seu ministério,
e os diáconos saúdam os Ordenados em sinal do ministério comum na sua Ordem»
(Preliminares…, 188).
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