«Desde as origens, o ministério ordenado fui conferido e
exercido em três graus: o dos bispos, o dos presbíteros e o dos diáconos»
(Catecismo da Igreja Católica [CIC], 1593). Neste tema, vamos explicitar cada
um dos «graus» do Sacramento da Ordem: bispo (episcopado), presbítero
(presbiterado) e diácono (diaconado). [Para ajudar a compreender melhor, ler:
Tito 1, 5-9; Catecismo da Igreja Católica, números 1554 a 1571]
«Colocares presbíteros em cada cidade»
— escreve Paulo na Carta a Tito, ao referir a necessidade de
organizar as comunidades. Nos primeiros anos, «parece não existir ainda uma
distinção clara entre as ordens de ministério» (Bíblia Sagrada, Nota ao
versículo 5 da Carta a Tito, Difusora Bíblica, 1966). Mas as referências que
surgem em vários textos do Novo Testamento permitem delinear as bases do que
serão os três «graus» do Sacramento da Ordem.
Bispos
«A palavra ‘bispo’ vem do grego, ‘epi’ (sobre), e ‘skopos’,
‘skopein’ (vigiar, inspecionar): significaria, portanto, etimologicamente,
guardião, inspetor. Nas primeiras comunidades paulinas, são assim denominados,
quer Timóteo quer Tito (cf. 1Timóteo 3, 1-7; Tito 1, 7-9). Os bispos,
sucessores dos Apóstolos, foram constituídos como princípios de fé e unidade na
comunidade diocesana, como sacramentos visíveis da presença de Jesus Cristo no
meio do seu povo» (José Aldazábal, «Dicionário Elementar de Liturgia» [DEL],
ed. Paulinas, Prior Velho, 2007, 54). A Constituição Dogmática sobre a Igreja
(«Lumen Gentium» [LG]), dedica o terceiro capítulo ao Sacramento da Ordem,
tendo por base a figura do bispo. Este é apresentado como «sucessor dos
Apóstolos» (LG 20) para ensinar (LG 25), santificar (LG 26) e governar (LG 27).
A ordenação episcopal é a «plenitude do Sacramento da Ordem» (LG 21).
Presbíteros
«‘Presbítero’ vem do grego, ‘presbyter’, que significa
‘ancião’, e se relaciona com o nome dado, pelos primeiros cristãos, aos
encarregados da comunidade. Os presbíteros são ordenados como colaboradores dos
bispos» (DEL 237-238). As comunidades cristãs («Igrejas») eram constituídas por
pequenos grupos, núcleos familiares, que se reuniam nas próprias casas para
celebrar a «fração do pão» (eucaristia). «No século II, surgiu uma estrutura
ministerial em que um ‘episkopos’ ou supervisor era ordenado para servir como
líder de cada comunidade e para presidir à sua vida de oração. Era assistido
por presbíteros ou anciãos, e por diáconos. Quando o Cristianismo passou a ser
a religião oficial do Império Romano, tudo isto mudou, necessariamente. As
comunidades cristãs passaram a ser maiores, sendo organizadas à escala dos
territórios do império: em dioceses, regiões metropolitanas e províncias. Já
não era possível ao ‘episkopos’, ou bispo, reunir todos os cristãos da Igreja local
debaixo do mesmo teto para uma única celebração, nem sequer na basílica local,
o maior edifício público disponível. Em breve tampouco lhe era possível visitar
todas as comunidades da sua diocese. Em vez disso, delegava presbíteros para
celebrar os sacramentos, como seus representantes, nas paróquias
recém-organizadas» (Catherine E. Clifford e Richard R. Gaillardetz, «As
‘chaves’ do Concílio», Paulinas Editora, Prior Velho, 2012, 179-180).
Diáconos
«Em grego, significa ‘servidor’. […] Nos textos do Novo Testamento
e dos primeiros séculos já são mencionados os diáconos, entre os pastores da
comunidade cristã, colaborando com os bispos e presbíteros. […] O II Concílio
do Vaticano restabeleceu o diaconado ‘como grau próprio ou permanente’, no
ministério eclesial, distinto do que se recebe como primeiro degrau para o
sacerdócio. O diaconado permanente, que se tinha perdido por volta do século
IX, e que agora se restabeleceu, podem-no receber também os casados. […] Os
campos do serviço diaconal, na comunidade cristã: a) a liturgia, na qual
assistem ao presbítero ou ao bispo na proclamação do Evangelho, na distribuição
da Eucaristia e na direção da oração comunitária; podem presidir ao sacramento
do Batismo e assistir e abençoar o Matrimônio; b) a Palavra, que proclamam e às
vezes comentam na homilia, sendo também os coordenadores da catequese e da
evangelização; c) a caridade, cuidando da beneficência e da administração
comunitária» (DEL 97-98).
«O bispo, o presbítero e o diácono devem apascentar a grei
do Senhor com amor. Se não o fizerem com amor é inútil. E neste sentido, os
ministros que são escolhidos e consagrados para este serviço prolongam no tempo
a presença de Jesus, se o fizerem com o poder do Espírito Santo, em nome de
Deus e com amor» (Francisco, Audiência Geral de 26 de março de 2014).
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