O Sacramento da Reconciliação associa a si aspetos que devem
ser tidos em conta, na preparação, na celebração e até depois da celebração.
Quem, como, quando e onde — são questões que sintetizam alguns desses pontos.
[Para ajudar a compreender melhor, ler: João 20, 21-23); Catecismo da Igreja
Católica (CIC), números 1461 a 1470 e 1480 a 1484]
«Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados»
— é uma parte da missão confiada aos Apóstolos, no evangelho
segundo João. «A Igreja viu nestas palavras a instituição do sacramento da
reconciliação, que é fonte de paz e alegria, e definiu o seu sentido literal;
de facto, Jesus diz: A quem perdoardes os pecados, e não simplesmente: ‘A quem
pregardes o perdão dos pecados’. Pois dizer ficarão perdoados corresponde a
‘Deus perdoará’» (Bíblia Sagrada, Nota ao texto de João, Difusora Bíblica,
1770).
Reconciliação
O Sacramento da Penitência e da Reconciliação também «é
chamado sacramento da confissão, porque o reconhecimento, a confissão dos
pecados perante o sacerdote é um elemento essencial deste sacramento. Num
sentido profundo, este sacramento é também uma ‘confissão’, reconhecimento e
louvor da santidade de Deus e da sua misericórdia para com o ser humano
pecador» (CIC 1424).
Quem deve
reconciliar-se?
A «primeira confissão» está associada à preparação para a
Primeira Comunhão (Festa da Eucaristia). Daí em diante, deve-se confessar antes
de comungar, se tiver cometido algum pecado grave. «A Confissão é também o
maior dom da cura e de uma crescente união com o Senhor […]. Os cristãos que
levam a sério o seguimento de Jesus procuram a alegria que provém de um radical
reinício com Deus» (Catecismo Jovem da Igreja Católica [YOUCAT], 235).
Quem pode perdoar os
pecados?
«Só Deus pode perdoar os pecados. ‘Os teus pecados estão
perdoados!’ (Marcos 2, 5) disse Jesus, porque é o Filho de Deus. E apenas
porque Jesus lhes deu poder, os sacerdotes podem perdoar no lugar de Jesus […].
Ninguém pode perdoar os pecados se não tiver a missão de Deus para isso e a
força proveniente d’Ele para que realmente ocorra o perdão concedido ao
penitente. Para isso são designados os bispos e os presbíteros» (YOUCAT, 228 e
236).
Como é celebrada a
reconciliação?
«Os elementos da celebração são os seguintes: saudação e
bênção do sacerdote, leitura da Palavra de Deus para iluminar a consciência e
suscitar a contrição e exortação ao arrependimento; a confissão que reconhece
os pecados e os manifesta ao sacerdote; a imposição e aceitação da penitência;
a absolvição do sacerdote; o louvor de ação de graças e a despedida com a
bênção do sacerdote. […] O sacramento da Penitência pode também ter lugar no
âmbito duma celebração comunitária, na qual se faz uma preparação conjunta para
a confissão e conjuntamente se dão graças pelo perdão recebido. […] Esta
celebração comunitária exprime mais claramente o carácter eclesial da
penitência» (CIC 1480 e 1482). O Ritual prevê três modalidades: para a
celebração da reconciliação: um só penitente; vários penitentes com confissão e
absolvição individual; vários penitentes com confissão e absolvição geral.
Quando se pode
reconciliar?
«A reconciliação dos penitentes pode celebrar-se em qualquer
tempo e dia. […] O tempo da Quaresma é o mais próprio» (Ritual Romano da Celebração
da Penitência, 13). Além do que já se disse na primeira questão, a Igreja
recomenda que se celebre este Sacramento, pelo menos, uma vez por ano. «A
pessoa deve confessar-se quando sente necessidade do perdão e da reconciliação
com Deus e com os irmãos. Alguém poderá dizer: ‘Se for assim, há gente que
nunca se confessará’. É possível […]. Agora, eu pergunto: ‘É cristão o gesto de
passar a vida toda sem sentir necessidade da reconciliação?» (José Bortolini,
«Os Sacramentos na tua vida», São Paulo, Lisboa 1995, 83-84).
Onde se pode
reconciliar?
«O sacramento da Penitência celebra-se ordinariamente na
igreja ou capela. O local próprio para o ato sacramental deve assegurar, por um
lado, a discrição e prudência requeridas no diálogo entre o penitente e o sacerdote,
e responder, por outro lado, às exigências de uma ação litúrgica […]. Os
confessionários devem manter-se […]. São de prever, além disso, espaços ou
dispositivos que permitam o diálogo face a face para quem o prefira» (Ritual
Romano da Celebração da Penitência, 12 bis).
«Quando foi a última vez que te confessaste? Cada um pense
nisto… […] Sê corajoso e vai confessar-te!» (Francisco, Audiência Geral de 19
de fevereiro de 2014).
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