O Sacramento da Ordem associa a si aspetos que devem ser
tidos em conta, na preparação, na celebração e até depois da celebração. Quem,
como, quando e onde — são questões que sintetizam alguns desses pontos. [Para
ajudar a compreender melhor, ler: João 15, 9-17; Catecismo da Igreja Católica
(CIC), números 1572 a 1580]
«Fui eu que vos escolhi e vos destinei a ir e a dar fruto»
— proclama Jesus Cristo de acordo com o relato do evangelho
segundo João. Estas palavras são proferidas no contexto da Última Ceia, no
chamado «discurso da despedida». A iniciativa do discipulado parte do próprio
Jesus Cristo. Os discípulos foram escolhidos para dar fruto, para dar
testemunho da sua fé, mediante as obras do amor fraterno. Esta é a sua missão.
No contexto deste tema, esta é a missão daqueles que são chamados para o
ministério episcopal, presbiteral ou diaconal.
Quem pode ser
admitido ao Sacramento da Ordem?
«É admitido à Ordem do Diaconado, do Presbiterado e do
Episcopado qualquer homem batizado e católico que a Igreja chamar a esse
ministério» (Catecismo Jovem da Igreja Católica [YOUCAT], 256). Por isso,
«ninguém tem direito a receber o sacramento da Ordem. Com efeito, ninguém pode
arrogar-se tal encargo. É-se chamado a ele por Deus. Aquele que julga
reconhecer em si sinais do chamamento divino ao ministério ordenado, deve
submeter humildemente o seu desejo à autoridade da Igreja, à qual incumbe a
responsabilidade e o direito de chamar alguém para receber as Ordens. Como toda
e qualquer graça, este sacramento só pode ser recebido como um dom imerecido»
(CIC 1578).
Quem pode presidir ao
Sacramento da Ordem?
«Pertence aos bispos o direito de conferir o sacramento da
Ordem nos seus três graus» (CIC 1600).
Como se celebra o
Sacramento da Ordem?
«O rito essencial do sacramento da Ordem é constituído, para
os três graus, pela imposição das mãos, por parte do bispo, sobre a cabeça do
ordinando, bem como pela oração consecratória específica, que pede a Deus a
efusão do Espírito Santo e dos seus dons apropriados ao ministério para que é
ordenado o candidato» (CIC 1573). O rito da ordenação do bispo, do presbítero
ou do diácono foi sendo estruturado ao longo dos tempos com a introdução de
elementos e textos, como aconteceu com todos os rituais sacramentais.
Atualmente, como já referimos noutros sacramentos, existem algumas diferenças
rituais e normativas entre o rito oriental (grego) e o rito ocidental (latino).
«No Ritual, depois da Liturgia da Palavra, há, antes de mais, toda uma série de
gestos simbólicos preparatórios, como o chamamento e apresentação dos
candidatos, a homilia, as promessas dos eleitos, a ladainha da comunidade
orando por eles; vem então o gesto central e a oração consecratória; e, depois,
uns ritos que explicitam algum dos aspetos do sacramento recebido, diversos
segundo a diversidade de ordens, com unções, imposição do livro dos Evangelhos
sobre a cabeça do Bispo, entrega de instrumentos, insígnias e vestes
distintivas, gestos que ilustram o ministério que tem de exercer em favor da
comunidade» (José Aldazábal, «Dicionário Elementar de Liturgia», ed. Paulinas,
Prior Velho, 2007, 211).
Quando se pode
celebrar o Sacramento da Ordem?
Sempre e apenas quando estiverem reunidas as condições
determinadas pela Igreja Católica. Além do que já se explicitou nas respostas
anteriores (cf. também os temas 33 e 34), para conhecer e/ou aprofundar as
normas próprias de cada «grau» recomenda-se a consulta do Código de Direito
Canônico [versão em língua portuguesa disponível na internet: http://bit.ly/18Dxmwl].
Onde se pode celebrar
o Sacramento da Ordem?
«A celebração da ordenação dum bispo, de presbíteros ou de
diáconos, dada a sua importância na vida duma Igreja particular, requer o
concurso do maior número possível de fiéis. Terá lugar, de preferência, ao
domingo e na Sé catedral, com solenidade adequada à circunstância. As três
ordenações – do bispo, do presbítero e do diácono – seguem o mesmo esquema. O
lugar próprio de sua celebração é dentro da liturgia eucarística» (CIC 1572).
Compete ao Bispo decidir sobre o local mais oportuno para a celebração,
conforme as circunstâncias.
«Uma iniciativa que o Senhor toma. É o Senhor que chama. […]
Talvez aqui haja alguns jovens que sentiram no seu coração este apelo […]. Se
algum de vós sentiu isto no seu coração, foi Jesus que o pôs ali. Esmerai-vos
por este convite e rezai a fim de que ele prospere e dê frutos na Igreja
inteira» (Francisco, Audiência Geral de 26 de março de 2014).
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