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«O que vemos quando nos congregamos para celebrar a
Eucaristia, a Missa, já nos faz intuir o que estamos prestes a viver. No centro
do espaço destinado à celebração encontra-se o altar, que é uma mesa coberta
com uma toalha, e isto faz-nos pensar num banquete» (Francisco, Audiência Geral
de 5 de fevereiro de 2014), é a «mesa do Pão» (Liturgia Eucarística). [Para
ajudar a compreender melhor, ler: 1 Coríntios 10, 16-17; Catecismo da Igreja
Católica, números (CIC) 1350 a 1372 e 1383]
«Todos participamos desse único pão»
— escreve Paulo na Primeira Carta aos Coríntios. «A Igreja é
o corpo de Cristo: caminha-se ‘com Cristo’ na medida em que se está em relação
‘com o seu corpo’. […] É precisamente o único Pão eucarístico que nos torna um
só corpo» (João Paulo II, Carta Apostólica para o Ano da Eucaristia — «Mane
Nobiscum Domine», 20).
Eucaristia
O Sacramento da Eucaristia também está intimamente unido à
oferta de Jesus Cristo na cruz. Por isso, é designado como «Santo Sacrifício,
porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e incluiu a oferenda da
Igreja» (CIC 1330). A palavra «sacrifício» é de origem latina: «‘sacrum-facere’
(tornar algo sagrado, ou fazer que uma coisa se converta em sagrada, separada,
oferecida). Entende-se o sacrifício como expressão da entrega à divindade, ou
por humilde reconhecimento da sua dependência, para lhe dar graças, para expiar
os pecados, ou para suplicar a sua ajuda. […] No Novo Testamento, não tem
grande importância o conceito clássico de sacrifício: só o de Jesus Cristo. Assim
como Ele é o verdadeiro sacerdote e Mestre, é também de uma vez por todas o
Sacrifício definitivo, aquele que, com o seu Sangue, estabelece e rubrica a
Nova Aliança.[…] Aos cristãos encarrega-se-lhes que, em toda a sua vida, se
unam a esta entrega sacrificial de Cristo, antes de mais com a atitude interior
e com o oferecimento do seu corpo, da sua vida« (José Aldazábal, «Dicionário
Elementar de Liturgia» [DEL], ed. Paulinas, Prior Velho 2007, 268-269).
Mesão do Pão
A segunda mesa presente na Eucaristia é o «lugar» onde
decorre o segundo momento central da celebração: a Liturgia Eucarística [sobre
as divisões desta parte ver o tema 18]. Após o alimento da Palavra, os cristãos
são convidados a receber o alimento do Pão. Ambos (Palavra e Pão) constituem o mesmo
e único Corpo de Cristo (cf. tema 19). «O ato de comer tem a ver com a
atividade cultural do homem: implica o trabalho, a preparação do alimento, a
sociabilidade (tanto na aquisição e preparação do alimento, como no seu
consumo), o convívio. Com efeito, o homem come com outros homens, e o ato de
comer está ligado a uma mesa, lugar primordial de criação e de amizade, de
fraternidade, de aliança e de sociedade. À mesa não se partilha apenas o
alimento, mas também se trocam palavras e discursos, alimentando assim as
relações, ou seja, aquilo que dá sentido à vida sustentada pelo alimento»
(Luciano Manicardi, «A caridade dá que fazer», ed. Paulinas, Prior Velho 2011,
79). Tudo isto está presente na Eucaristia. Acresce ainda a dimensão
sacramental da presença de Jesus Cristo, que confirma e plenifica o significado
do pão partido e repartido.
Altar
A mesa do Pão, no espaço litúrgico, designa-se com o termo
«altar», «centro do espaço celebrativo, seu princípio de unidade e ponto de
referência mais imediato. O seu primeiro sentido foi o sacrifício: a ara onde
se sacrificavam as vítimas à divindade. Por isso, a etimologia do nome latino
‘altare’ parece que vem de ‘adolere’, ‘arere’ (arder: o lugar onde pelo fogo se
queima a vítima do sacrifício). Também poderia provir de ‘altus’ (alto), porque
os altos (sobretudo as colinas e montes) sempre se consideraram lugar de
encontro dos humanos com a divindade. […] Para os cristãos, o altar tem, antes
de mais, uma conotação sacrificial […]. Mas predomina o sentido de refeição
eucarística […]. Junto ao carácter de ‘ara’, acentua-se o de ‘mesa’ […]. Ao
princípio, esta mesa era de madeira: um trípode para os dons eucarísticos. Mas
mais tarde, preferiu-se que fosse de pedra. […] Nos primeiros séculos, o altar
era independente. Na Idade Média, encostou-se à parede ou ábside do fundo, e
agora de novo se pede que esteja separado da parede, para poder celebrar de
frente para a comunidade e rodear processionalmente o altar.[…] Prefere-se que
o altar principal seja fixo» (DEL, 24-26).
«Ir à Missa não só para rezar, mas para receber a Comunhão,
o pão que é o corpo de Jesus Cristo que nos salva, nos perdoa e nos une ao Pai.
É bom fazer isto!» (Francisco, Audiência Geral de 5 de fevereiro de 2014).
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