Sinais e símbolos TEMA 4
Os sinais e símbolos ocupam um lugar importante no contexto
da vida humana; o mesmo acontece no contexto litúrgico. Por isso, dedicamos
este tema à explicação dos sinais e símbolos associados ao Sacramento da
Confirmação. [Para ajudar a compreender melhor, ler: 2 Coríntios 1, 18-22;
Catecismo da Igreja Católica (CIC), números 1293 a 1301]
«Aquele que nos confirma juntamente convosco em Cristo nos
dá a unção é Deus, Ele que nos marcou com um selo e colocou em nossos corações
o penhor do Espírito»
— escreve Paulo na Segunda Carta aos Coríntios. Numa
situação de crise na comunidade, Paulo invoca o testemunho do próprio Deus; e
apresenta a garantia do caminho a seguir: Deus que «dá a unção», marca «com um
selo» e oferece o «penhor do Espírito». São três expressões que se podem
associar aos Sacramentos, em especial ao Batismo e à Confirmação.
Profissão de fé
«Os confirmandos exprimem a sua adesão a Deus Pai, que se
revela e nos salva em Jesus seu Filho e nos faz viver pelo sopro do seu
Espírito Santo. Ao mesmo tempo, proclama-se a fé dos confirmandos e a fé da
Igreja. Não podem estar separadas uma da outra; a palavra pessoal ecoa na
palavra da Igreja» (AA. VV., «Preparar, celebrar e viver a Confirmação»,
Difusora Bíblica, Fátima 1997, 52). [cf. tema 13]
Imposição das mãos
«A imposição das mãos não é um gesto mágico, um abracadabra.
É um gesto simbólico, mediante o qual se quer comunicar o Espírito Santo ao
confirmando. A Igreja usa este gesto porque tem um significado muito belo ao
longo da história do povo de Israel, nas ações de Jesus e na vida da Igreja»
(José Bortolini, «Os Sacramentos na tua vida», São Paulo, Lisboa 1995, 47). É,
na verdade, um gesto bíblico associado a uma bênção ou consagração. «A Bíblia
regista, abundantemente, o uso do gesto simbólico de impor as mãos – sobretudo
a direita – sobre a cabeça de alguém ou sobre um objeto e com sentidos
variados: para significar a transmissão de poderes, a bênção, o perdão, ou a
identificação. Jacob impõe as mãos sobre os seus netos para lhes desejar a
bênção de Deus (cf. Gênesis 48,9-20), Aarão, sobre o povo (cf. Levítico 9, 22),
e Moisés, sobre o seu sucessor Josué, para lhe transmitir a autoridade e a
sabedoria divinas (cf. Deuteronômio 34, 9), ou o sumo-sacerdote sobre o bode,
na festa da expiação, para carregar sobre ele os pecados do povo e expulsá-lo
para o deserto. Também Jesus abençoa, cura e perdoa com o gesto expressivo da
imposição das mãos. E a comunidade cristã utiliza este mesmo gesto para
transmitir o Espírito Santo aos batizados (cf. Atos 8, 17 e 19, 6), ou para
confiar oficialmente uma missão, como aos diáconos ou a Paulo e Barnabé (cf.
Atos 6, 6; 13, 3). […] Na liturgia, portanto, é muito frequente o gesto, que
exprime visualmente os dons de Deus e a mediação eclesial» (José Aldazábal,
«Dicionário Elementar de Liturgia», ed. Paulinas, Prior Velho, 2007, 140-141).
Crismação
É o «rito essencial da Confirmação» (CIC 1320). O bispo faz
o sinal da cruz na fronte do crismando com o óleo do Crisma. Trata-se de um
óleo perfumado benzido pela bispo, na manhã de Quinta-feira Santa, tal como o
óleo dos Catecúmenos e da Unção dos Enfermos (cf. tema 11). É «o mais nobre dos
óleos eclesiais: o crisma, uma mistura de azeite de oliveira e com perfumes
vegetais. É o óleo da unção sacerdotal e da unção real, unções estas que estão
ligadas com as grandes tradições de unção da Antiga Aliança. Na Igreja, este
óleo serve sobretudo para a unção na Confirmação e nas Ordens sacras» (Bento
XVI, Homilia a 21 de abril de 2011). O óleo e o perfume evocam o duplo sentido
da Confirmação: «ao ser marcado pela mão do bispo com óleo perfumado, o
batizado recebe um carácter indelével, marca do Senhor, juntamente com o dom do
Espírito que o configura mais perfeitamente com Cristo e lhe confere a graça de
difundir entre os homens o ‘bom odor’» (Ritual da Confirmação. Preliminares,
9). De facto, «tal como o perfume penetra o corpo e em seguida expande a sua
fragrância, assim também o Espírito enche o coração do confirmando e em seguida
se expande através dos seus dons […], sempre com uma condição: que o
confirmando viva do seu sopro!» («Preparar, celebrar e viver a Confirmação»…,
58).
Ósculo da paz
«Significa e manifesta a comunhão eclesial com o bispo e com
todos os fiéis» (CIC 1301).
«Abramos a porta ao Espírito, façamo-nos guiar por Ele, deixemos
que a ação contínua de Deus nos torne homens e mulheres novos, animados pelo
amor de Deus, que o Espírito Santo nos dá» (Francisco, Homilia de 28 de abril
de 2013).